RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Confusão, troca de acusações e desavença entre vereadores marcam a retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), mais conhecida como CPI do Paletó. Os desentendimentos entre os parlamentares vem se tornando corriqueiros na Casa de Leis, sendo essa a segunda da semana.
Bate-boca, desta sexta-feira (14), começou quando a reunião foi aberta e o sargento Joelson (PV) apresentou um requerimento pedindo que as decisões da CPI não sejam monocráticas.
O presidente da CPI, Marcelo Bussiki (PSB), afirmou que a proposta não é pertinente já que as deliberações já estavam ocorrendo de forma coletiva.
A proposta de Joelson foi reforçada pelo relator da CPI, Toninho de Souza (PSD), mas refutada pelo vereador Abílio Júnior (PSC), que não compõem a comissão, mas acompanhava a reunião. “Não coloca não, você é presidente, vai ficar subordinado a dois paus mandados”.
Em seguida, Toninho apresentou um requerimento para que sejam revalidadas e atualizadas as documentações, pois, segundo ele, a investigação na Câmara de Cuiabá está parada há mais de dois anos, sendo que outros órgãos, como Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Federal, continuaram apurando os fatos.
Além disso, pediu para que as oitivas não ocorram até que as documentações sejam compartilhadas à CPI.
Bussiki ressaltou que as oitivas já haviam sido deliberadas na última reunião, em outubro, e disse que o pedido seria analisado na próxima reunião. Toninho acusou o presidente de infringir uma decisão tomada pela comissão de que todas as decisões seriam deliberadas pelo colegiado.
O presidente reiterou que iria colocar o pedido de Toninho em votação em outra reunião da CPI.
Logo após, o sargento Joelson apresentou outro requerimento que causou bastante confusão. A ideia dele é que as próximas reuniões da CPI fossem secretas.
O requerimento gerou revolta nos vereadores de oposição ao prefeito, que estavam acompanhando a reunião, como Abílio, Diego Guimarães (Progressista) e Felipe Wellaton (PV), que vaiaram o vereador e manifestaram “que vergonha” e “pede pra sair”.
Joelson tentou justificar a proposta dizendo que todos os vereadores poderiam acompanhar as reuniões.
“O seu processo, vereador Abilio, foi em segredo de justiça e não ouvi esse tipo de rolo. Se você quer transformar isso aqui em palhaçada isso não vai acontecer comigo aqui”, rebateu Joelson.
Após a reunião, enquanto Toninho conversava com a imprensa, Abílio interrompeu acusando o vereador de ser "pau mandado do prefeito".
Os requerimentos apresentados nesta sexta-feira serão analisados e votados em outra reunião da CPI, que ainda será marcada.