21 de Julho de 2021, 16h:15 - A | A

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Emanuel quer vacinar professores antes de retomar aulas presenciais: "São 60 dias a mais só"

Prefeito argumenta que há mecanismos para recuperar o ensino e vai esperar a imunização dos professores contra a covid

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO



Apesar do apelo do ministro da Educação, Milton Ribeiro, feito em pronunciamento nacional, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou que não voltará atrás na decisão de manter suspenso o retorno das aulas presenciais na rede municipal até que os professores tenham tomado a primeira e a segunda dose de vacina contra a covid.

Segundo o gestor, ele tentará uma conversa com o Ministério Público Estadual (MPE), mas seguirá com o plano até que haja uma decisão judicial.

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“Eu não concordo,em hipótese alguma. Acho que, em tempos de pandemia, todo esforço pela segurança e pela saúde das pessoas é pouco. Só entendo possível a retomada das aulas presenciais da rede pública em Cuiabá depois que todos os profissionais da educação estiverem vacinados, imunizados, inclusive respeitando o prazo mínimo de 15 dias após a segunda dose”, afirmou o prefeito em entrevista à imprensa nesta semana.

No dia 16 de julho, a prefeitura encaminhou para a Câmara dos vereadores o projeto de lei que prevê que as aulas presenciais apenas serão liberadas mediante imunização dos profissionais, exigindo, inclusive, o comprovante de vacinação. Por conta disso, ele foi oficiado pelo MPE, que lhe deu o prazo de cinco dias para explicar a proposta e ainda apresentar o planejamento do retorno das atividades.

Apesar da repercussão, Emanuel garantiu que não voltará atrás na decisão, e avaliou que não haveria necessidade de apressar o retorno em razão de apenas dois meses a mais no ensino remoto. Ele ainda ponderou que esse período poderá ser reposto para garantir que não haja prejuízo aos estudantes.

“Nós já esperamos até agora. Passamos um ano e meio em aulas remotas. É o ideal? Não é. Mas fizemos de tudo para manter o ensino e a aprendizagem ao alcance de todos. Agora, por causa de 50, 60 dias...? Podemos recompor isso, criar mecanismos, seja nas férias ou no ano letivo do ano que vem, para não deixar prejuízo às crianças. Agora, o prejuízo maior é colocar em risco a saúde e a vida dos nossos profissionais”, comentou o prefeito.

De acordo com a prefeitura, mais de 14,8 mil trabalhadores do ensino já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19. O número representa quase 75% da meta de 20 mil profissionais da Educação.

Volta às aulas

Nessa semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, apelou para que os gestores do Executivo determinem o retorno presencial das aulas. “O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas gerando impacto negativo nestas e nas futuras gerações", disse, na noite de terça-feira (20). Entretanto, ele ressaltou que, por lei, os estados e municípios têm autonomia para decidir sobre o assunto.

Em Mato Grosso, as atividades presenciais na rede estadual estão previstas para retornarem no mês de agosto. Segundo o secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto, a previsão vai ser mantida. As escolas deverão abrir as portas, portanto, no dia 3, depois de um ano e cinco meses.

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