CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (DEM) reagiu à mobilização internacional de ativistas e políticos da esquerda contra a construção da Ferrogrão em Mato Grosso, que terá o chamamento público anunciado nesta segunda-feira (19).
Na visão do governador, os militantes deveriam focar a atenção em suas pautas ambientais locais.
“Acho que esses ativistas internacionais deveriam cuidar dos países deles. Deixa que aqui nós cuidamos bem. No dia que eles tiverem, nos países deles, o ativo ambiental que nós temos no Brasil, aí eles venham para cá dar palpite”, criticou o governador na manhã desta segunda-feira.
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“Por enquanto, deviam cuidar para ter 80% de floresta lá nos países deles. O dia que conseguirem isso, vêm dar palpite no nosso”, completou.
A vinda de ativistas ligados à Internacional Progressista, criada no ano passado pelo senador dos Estados Unidos da América Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, foi divulgada nesta segunda-feira pelos jornais nacionais.
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De acordo com as publicações, o grupo estrangeiro deve desembarcar no Brasil no dia 15 de agosto, e planeja pressionar que a Ferrogrão não saia do papel. As especulações dão conta de que a mobilização teria interesses econômicos em razão da exportação de grãos mato-grossenses.
A intenção é que o escoamento dos grãos até o porto de Miritituba (PA) seja feito também pela ferrovia. Entretanto, a construção de outro trecho, que ligaria Sinop (500 km de Cuiabá) à cidade paraense, é debatida no Supremo Tribunal Federal. Em maio deste ano, o STF determinou a suspensão do projeto de construção, alegando inconstitucionalidades.
Em Cuiabá para uma audiência pública sobre a BR-163, por onde passa toda a produção mato-grossense hoje, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ponderou que os impedimentos à construção da Ferrogrão seriam interesses financeiros.
"É competição. A Ferrogrão, se sair, aumenta muito a oferta de transporte ferroviário. Então ela vai funcionar como um grande regulador de tarifa. Vai jogar as tarifas para baixo e não interessa a quem quer manter as tarifas altas, os fretes altos", comentou, na última sexta-feira (16). "É uma guerra de narrativa que tem como pano de fundo a guerra comercial e política", acrescentou.