DA REDAÇÃO
O juiz Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, determinou a revogação da prisão preventiva do vereador Toninho Bernardes (Patriota), de Sinop (500 km de Cuiabá). A decisão, assinada na quinta-feira (5), foi cumprida apenas na manhã de hoje (6).
Toninho foi preso na quarta-feira (4), alvo da segunda fase da operação Terra Envenenada, da Polícia Federal. Ele é acusado de fazer parte de uma quadrilha que contrabandeava agrotóxicos do Paraguai e da China, e que adulterava os produtos, fazendo, depois, sua distribuição no Brasil. De acordo com a PF, o vereador era o responsável por armazenar e entregar o material no norte de Mato Grosso.ss
A informação sobre a soltura do vereador foi confirmada ao #reportermt pelo advogado do parlamentar, Reginaldo Monteiro. Segundo a defesa, Toninho estava em uma sala especial no presídio de Sinop e foi levado para casa nesta manhã. Ele deverá apresentar, em breve, uma nota sobre o caso.
O advogado ainda ressaltou que a manutenção da prisão do vereador se mostrou desnecessária, uma vez que todas as ordens judiciais já haviam sido cumpridas, e que nada de ilícito foi encontrado com o vereador ou em seu gabinete.
“Pedi a revogação em razão da desnecessidade da manutenção da prisão. Primeiro, nós entendemos que a decretação foi desnecessária, e, depois, em razão de já ter havido sido levado a efeito o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e que todos os suspeitos já tinham sido ouvidos”, explicou à reportagem.
Investigação
A primeira fase da Operação Terra Envenenada foi deflagrada em junho de 2018, quando foram cumpridos 22 mandados, sendo seis de prisão. As investigações da Polícia Federal apontaram que a quadrilha importava produtos do Paraguai e manipulava os agrotóxicos, provocando riscos à saúde humana. Isso porque o uso desses defensivos agrícolas é rigorosamente limitado pelos órgãos oficiais.
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Na primeira fase da operação foi apreendida mais de meia tonelada de agrotóxicos contrabandeados e adulterados. Então, a PF intensificou as investigações e identificou grandes grupos de fornecedores, regionais e nacionais. Eles são alvos dos mandados de prisão desta segunda fase.
De acordo com a PF, o grupo criminoso tinha apoio de agentes públicos para conseguir levar o agrotóxico contrabandeado do Paraguai até o Norte do Estado de MT.
Os investigados responderão por comercialização e transporte de agroquímicos de uso proscrito, constituição de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros crimes que vierem a ser descobertos. As penas variam de 2 a 10 anos de prisã