DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO
O produtor rural e proprietário do Grupo Bom Futuro, Eraí Maggi, conhecido como o 'rei da soja', afirmou na manhã desta segunda-feira (20), que a atuação do presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, é "terrível" para a imagem da entidade e para os produtores de Mato Grosso.
Galvan que foi líder da instituição no Estado, está sendo investigado pela Polícia Federal pelo suposto financiamento de manifestações antidemocráticas que pregam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Aprosoja chegou a ser alvo de buscas da PF e ter contas bloqueadas às vésperas do 07 de setembro. Para o agricultor, a conduta do diretor desvia a instituição da função de defender os interesses comuns dos produtores rurais.
“Ele [Galvan] atrapalha até quem quer ajudar o presidente Bolsonaro. A Entidade tem que cuidar da função da Entidade e não de política. E tem muito para cuidar, infraestrutura, projetos, coisas que vão trazer dinheiro ao produtor. Esse radicalismo tira dinheiro de Mato Grosso e desvirtua a associação. Tem que cuidar dos interesses do produtor. Somos contra o radicalismo. Na porrada, no achismo, não se chega a lugar nenhum”, declarou.
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“Nós criamos a Aprosoja, mas a função dela é fazer um trabalho para o desenvolvimento da soja, do milho. Não misturar política, misturar ideologia. Isso atrapalha a associação. Hoje tem um governo, amanhã tem outro e a entidade é para sempre. Então essa imagem é terrível”, completou.
As investigações contra Galvan começaram em agosto, após ele ser clicado ao lado do cantor Sérgio Reis e outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro afirmando que os produtores fariam pressão para que o Senado abrisse processo de impeachment contra os ministros do STF.
Convocado a depor na CPI
Galvan será convocado para depor na CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, na Assembleia Legislativa, sobre o suposto uso de recursos públicos na Aprosoja Mato Grosso quando era chefiada por ele.
O pedido para ouvir Galvan foi feito pelo presidente da CPI, o deputado Wilson Santos e aprovado na segunda-feira (20).
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Recentemente, o filho do presidente da Aprosoja, Rafael Galvan, acusou o pai, em grupo de WhatsApp, de malversação de recursos públicos.
A CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal também pediu ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que encaminhe os documentos que o levaram a pedir o bloqueio de contas da Aprosoja.